Descrição
Este artigo apresenta, de forma resumida, um relato da primeira experiência de Avaliação Institucional na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no ano de 1994, desencadeada a partir da iniciativa interna de docentes e da administração desta Instituição. A experiência, ora descrita, iniciou-se no ano de 1992, a partir da constituição de uma Comissão de Avaliação Institucional. A comissão teve como principal tarefa elaborar e conduzir um processo sistematizado, permanente e continuado de avaliação ampla e global das atividades universitárias, cujo eixo principal seria a avaliação do ensino por alunos e professores. A primeira coleta de dados relativos à avaliação do ensino realizou-se no final de 1994, a sua sistematização ocorreu no ano de 1995. Nos anos de 1996 e 1997 realizou-se a análise e discussão dos dados colhidos, tendo sido possível chegar a algumas conclusões aqui apresentadas. Como experiência-piloto, o trabalho relativo ao ano rofessores e alunos da UEPG. Apesar disso, constituiu-se em etapa significativa no processo avaliativo, pois foi nessa ocasião que se definiram a metodologia, se elaboraram os instrumentos de coleta dos dados e se estabeleceram os critérios de tratamento estatístico dos dados levantados. Tais elementos foram de vital importância para a continuidade dos trabalhos, pois serviram de parâmetro às ações posteriores. O nosso propósito, no presente trabalho científico, é discutir a avaliação do ensino da UEPG, no ano de 1994, identificando o nível de qualidade do processo ensino-aprendizagem a partir das opiniões de professores e alunos. Pretendemos também elencar os principais agentes de promoção e de entrave de um ensino de qualidade, a partir da convicção de que a Avaliação Institucional é um processo que vem se firmando mundialmente como agente de identificação e de promoção de qualidade do ensino. A análise apresentada foi construída a partir de quatro variáveis consideradas relevantes para detectar a qualidade do trabalho pedagógico. São elas: o desempenho do professor, o desempenho do aluno, a infra-estrutura existente na UEPG e a organização interna dos cursos. Essas variáveis foram pesquisadas a partir de formulários e gabaritos distribuídos entre professores e alunos. A avaliação realizada foi de duas naturezas distintas em ambos os segmentos envolvidos: professores e alunos se auto-avaliaram e avaliaram-se mutuamente. A metodologia utilizada na primeira amostragem permitiu traçar um perfil geral do ensino na UEPG, bem como especificar as características de cada setor de conhecimento em relação aos indicadores selecionados. Apesar das dificuldades encontradas no decorrer do processo foi possível verificar que a avaliação, nascida e desenvolvida no interior da Instituição, reveste-se da maior importância, podendo inclusive traçar um perfil bastante fiel das carências e dos aspectos positivos do ensino universitário. Nesse sentido, a avaliação interna pode até mesmo superar, qualitativamente, experiências de avaliação externa, como o Exame Nacional de Cursos que, apesar de sua relevância, somente consegue captar, imperfeitamente, o domínio de alguns conteúdos dos cursos pelos formandos da Instituição, sem levar em conta outros dados relevantes, como condições das bibliotecas, laboratórios, equipamentos, interação entre professores e alunos e as relações efetivamente existentes entre ensino, pesquisa e extensão.
