Descrição
Pretende-se aqui esboçar uma leitura de "Sobre o conceito de história", do filósofo Walter Benjamin, identificando seu modo sincrônico de compreensão do processo histórico com a técnica da montagem cinematográfica - espaço apropriado politicamente para uma conjugação de noções de temporalidade extraídas da literatura (Proust, Kafka, Brecht, Baudelaire, os surrealistas), da filosofia de Marx, da mísitica judaica e da moda, para citar suas principais fontes. Parece estar no centro da proposta benjaminiana uma reflexão que, abalando o ideal humanista de progresso, parte das ações cotidianas à procura de elementos de continuidade e ruptura, comunidade e singularidade entre períodos históricos "distintos". Refazer o sentido do passado é, para Benjamin, o modo político de compreensão da modernidade, pelo qual se pode abalar o escamoteamento burguês (fascista) das condições efetivas de acontecimentos das relações sociais.
