Descrição
Departing from a historical background of Walter Benjamin’s “Metaphysics of Youth”, I intend to comprehend what the philosopher characterizes as a feminine language. Between silence and chatter, a feminine language may be conceived as the experience of the speakability of language itself, of its own communicability, since it is characterized as a wahnwitzigen Sprache, as a “demented language”. In this adjective, I find Witz, the slip. This takes me to Jacques Lacan’s considerations of lalangue, a feminine experience of language, made by slips, misunderstandings and homophones. At the end, I analyze some fragments of Benjamin’s Berliner Kindheit and the infantile experience of the mother tongue he presents there in connection to his 1913 considerations on a feminine language, thus showing that this question cannot be reduced to a juvenile and naive period of his writing, but that it rather cuts across Benjamin’s oeuvre.||Neste artigo, parto de uma contextualização histórica do ensaio “Metafísica da juventude” de Walter Benjamin para compreender o que o filósofo concebe como uma linguagem feminina. Entre silêncio e tagarelice, a linguagem feminina poderá ser pensada como experiência da dizibilidade da linguagem, de sua própria comunicabilidade, dada sua caracterização como wahnwitzig, “língua louca”. Como raiz desse adjetivo encontro o Witz, o chiste. É esse achado que me leva às considerações lacanianas sobre lalíngua, experiência feminina da linguagem em que chistes, equívocos e homófonos se dão. Em um último momento, analiso alguns fragmentos da Infância Berlinense para pensar a experiência infantil da língua materna ali presente em uma relação com as considerações benjaminianas de 1913 sobre a linguagem feminina, mostrando que essa questão não se reduz a um período juvenil e ingênuo de Walter Benjamin, mas permeia sua obra.