-
Black American Colonization in the Brazilian Amazon: colored bodies in motion||Colonização Negra Americana na Amazônia Brasileira: corpos de cor em movimento
- Voltar
Metadados
Descrição
In the 1860s, when post-emancipation debates reached transnational significance, Brazil and the United States were the only two countries in the Americas where slavery was still legal. While Brazil was recognized as a place where “colour is no obstacle to advancement” (CHRISTIE, 1865, 78), the United States witnessed the emergence of the belief that “the races cannot live together in a state of freedom” (WEBB, 1853). Considering that context, the fortuitous encounter of a New York Times article from 1862 aroused my curiosity for it reported a project to transplant Afro-descendants from the United States to the Brazilian Amazon. Such a project remained virtually ignored by the Brazilian historiography, except for the book published by Nícia Vilela Luz in 1968, denouncing the American intentions to colonize the Amazon. Although the so-called “negro colonization” project never yielded an official proposition to the Brazilian government, it still deserves examination. I argue that, in the present context of global exchanges and migrations, this historical event gains new relevance. The intention of transferring an entire category of the population from one national territory to another raises questions about citizenship and national sovereignty. At the same time, it opens the opportunity for a transnational approach that can illuminate otherwise unseen aspects of migrations.||Na década de 1860, quando os debates pós-emancipação alcançavam significado transnacional, o Brasil e os Estados Unidos eram os únicos países nas Américas onde a escravidão ainda era legal. Enquanto o Brasil era reconhecido como um lugar onde “a cor não é obstáculo para o avanço” (CHRISTIE, 1865, 78), os Estados Unidos testemunhavam o surgimento da crença de que “as raças não podem viver juntas em estado de liberdade” (WEBB, 1853). Diante desse contexto, o encontro fortuito de um artigo do New York Times de 1862 despertou minha curiosidade, pois relatava um projeto de transplante de afro-descendentes dos Estados Unidos para a Amazônia brasileira. Tal projeto permaneceu praticamente ignorado pela historiografia brasileira, a não ser pelo livro publicado por Nícia Vilela Luz em 1968, denunciando as intenções americanas de colonizar a Amazônia. Embora o chamado projeto de “colonização negra” nunca tenha rendido uma proposta oficial ao governo brasileiro, ele ainda merece ser examinado. Defendo que, no atual contexto de trocas e migrações globais, esse evento histórico ganha nova relevância. A intenção de transferir uma categoria inteira da população de um território nacional para outro levanta questões sobre cidadania e soberania nacional. Ao mesmo tempo, abre a oportunidade para uma abordagem transnacional que pode iluminar aspectos das migrações que de outra forma seriam ignorados.
ISSN
2317-6725
Periódico
Autor
Agostinho, Marcia Esteves
Data
18 de novembro de 2020
Formato
Identificador
https://periodicos.ufpb.br/index.php/srh/article/view/54572 | 10.22478/ufpb.2317-6725.2020v25n43.54572
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2020 marcia esteves agostinho Esteves Agostinho
Fonte
Sæculum – History Review; Vol. 25 No. 43 (2020): Dossiê A nova história (bio)política: sobre as capturas e as resistências; 164-179 | Sæculum – Revista de Historia; Vol. 25 Núm. 43 (2020): Dossiê A nova história (bio)política: sobre as capturas e as resistências; 164-179 | Sæculum – Revista de História; v. 25 n. 43 (2020): Dossiê A nova história (bio)política: sobre as capturas e as resistências; 164-179 | 2317-6725 | 0104-8929
Assuntos
Black colonization | Amazon | Amalgamation | African diaspora | Colonização negra | Amazonas | Amalgamação | Diáspora africana
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion