-
Bullying escolar: a (in)visibilidade do fenômeno e dos protagonistas crianças||School bullying: the (in)visibility of phenomenon and children protagonists||Acoso escolar: la (in)visibilidad del fenómeno y de los protagonistas niños
- Voltar
Metadados
Descrição
Este artigo debruça-se sobre o bullying escolar, fenômeno complexo e ativo nas escolas. Com caráter inovador, também por estruturar-se sobre pesquisa qualitativa, traz resultados de um estudo desenvolvido com três turmas – pré-escola, 1º e 3º ano – de uma escola de educação básica portuguesa. A metodologia envolveu observações diárias nos tempos livres e formais, grupos focais com crianças e entrevistas individuais com professores e funcionárias. Constatamos que práticas de bullying, por diversas formas, são comuns nas três turmas e poucas vezes são percebidas pelos adultos. Crianças de ambos os gêneros exercem papéis de agressoras e de vítimas. No contexto, essas últimas ocupam um lugar social de incapacidade e de não pertencimento. Agressores habituais evidenciam impossibilidade para uma participação lúdica em jogos e brincadeiras. Participar em jogos e brincadeiras é uma condição determinante à pertença e evita possível vitimização. É comum que uma dupla ou um trio de alto desempenho escolar incite os demais pares para práticas de bullying. Pertencer à etnia cigana é um fator automático de discriminação. As crianças são capazes de uma leitura profunda e propositiva do contexto institucional. Há que ser questionado um modelo de escolarização, alheio às crianças e ao seu direito de participação.||This article focuses on school bullying, a complex and active phenomenon in schools. With innovative character, also because it is structured on qualitative research. It brings results from a study developed with three classes - preschool, 1st and 3rd year - of a Portuguese primary school. The methodology involved daily observations in leisure and formal time, focus groups with children and individual interviews with teachers and staff. It was noticed that bullying practices, in many ways, are common in all three classes and they are rarely noticed by adults. Children of both genders play the roles of aggressors and victims. In the context, the victims occupy a social place of disability and non-belonging. Habitual aggressors show impossibility for a playful participation in games and children’s play. Participating in games and children’s plays is a determining condition of belonging and avoids possible victimization. It is common for a pair or a trio with great academical performance incite the other peers for bullying practices. Belonging to a gipsy ethnical background is an automatic factor of discrimination. Children are capable of a deep and purposeful reading of the institutional context. A model of schooling, inattentive to uninvolved to concrete children and their right to participate, must be questioned.||Este artículo es un estudio hecho sobre el acoso escolar, fenómeno complejo y activo en las escuelas. Con carácter innovador, también por estructurarse sobre pesquisa cualitativa, trae resultados de un estudio desarrollado con tres grupos – el kínder, 1º y 3º año de la primaria – en una escuela de educación básica portuguesa. La metodología envolvió observaciones diarias en los tiempos libres y formales, grupos direccionados a niños y entrevistas individuales con profesores y funcionarios. Constatamos que prácticas de acoso, por diversas maneras, son comunes en los tres grupos y pocas veces son percibidas por los adultos. Niños de ambos géneros ejercen papeles de agresores y de víctimas. En el contexto estos últimos ocupan un lugar social de discapacidad y de no pertenecer. Agresores habituales evidencian imposibilidad para una participación lúdica en juegos y niñerías. Participar en juegos y niñerías es una condición determinante a la integración y evita una posible victimización. Es común que en una pareja o en un trío de alto desempeño escolar estimule a las demás parejas para las prácticas de acoso. Pertenecer a la etnia gitana es un factor automático de discriminación. Los niños son capaces de una lectura profunda y positiva del contexto institucional. Hay que se cuestionar un modelo de escolarización, ajeno a los niños concretos y a su derecho de participación.
ISSN
0104-7469
Periódico
Autor
Farenzena, Rosana Coronetti
Data
28 de julho de 2020
Formato
Identificador
http://seer.upf.br/index.php/rep/article/view/11426 | 10.5335/rep.v27i2.11426
Idioma
Direitos autorais
Copyright (c) 2020 Rosana Coronetti Farenzena | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0
Fonte
Revista Espaço Pedagógico; v. 27 n. 2 (2020): INFÂNCIA E CIDADANIA; 329-347 | 2238-0302 | 0104-7469
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion | Avaliado pelos pares