Descrição
A desagregação subjetiva e social imposta ao negro foi transformada por Gabriel Joaquim dos Santos, num modo diferente e criativo de se expressar. Este arquiteto popular se inclui, com sua obra singular e poética, no grupo dos artistas "construtores do imaginário". A Casa da Flor – produção arquitetônica de uma vida inteira – traz as marcas do tempo, possui a força agregadora de uma Casa Museu e gera benefícios culturais, sociais, políticos e econômicos para a população da Região dos Lagos (RJ), que compreende os municípios de Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio e São Pedro da Aldeia. A Casa da Flor ao articular a dimensão social do bem cultural, a imaginação poética de um sujeito criador e a memória social de uma Região, afirma-se também como extraordinária potência política. Esta dissertação tem o objetivo de examinar a função social e política da Casa da Flor, reconhecida como Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro e lugar de produção de novas experiências e saberes. Lançar um olhar museal para a Casa da Flor, aceitando a sua energia de vida e de experiência, pode contribuir para a valorização de uma museologia que, para além de um regime de normas e procedimentos técnicos, desenvolve uma perspectiva compreensiva, sem perder potência crítica.