Descrição
In the European vision of Brazil and the Americas, there is a constant opposition between nature, usually seen as hostile, and civilization. After the arrival of the Portuguese court in Rio de Janeiro, there are two general tendencies regarding the transformations in the country: there is either the necessity to “force” civilization in the new capital of the Portuguese empire, through different projects, or the will to adapt European culture. Although interrelated, sometimes they are understood as opposed processes. The purpose of this paper is to discuss, through two films, Orphée Noir by Marcel Camus, and Fitzcarraldo, by Werner Herzog, how some conceptions of cultural transference in general, and of opera in particular, operate in the studies of the arts in Brazil.||Na visão europeia sobre o Brasil às Américas, há uma constante oposição entre natureza, muitas vezes vista como hostil, e civilização. A partir da chegada da corte portuguesa no Rio de Janeiro, há duas tendências gerais na visão sobre as transformações no país: ou a necessidade de se “forçar” a civilização na nova sede do império luso, através de diversos projetos, ou a de uma busca de “aclimatação” da cultura europeia. Processos complementares, que às vezes se apresentam como opostos. A proposta do presente artigo é discutir, através dos filmes Orphée Noir de Marcel Camus e Fitzcarraldo de Werner Herzog, como visões consolidadas sobre transferências culturais em geral, e sobre a ópera em particular, operam na maneira como estudamos as artes no Brasil.
