Descrição
Como adolescentes de comunidades em situação de vulnerabilidade social se percebem frente à ideologia de dominação e de exclusão ao seu redor? Este artigo sugere uma possibilidade de como o audiovisual pode ser ferramenta na educação e na discussão sobre conceitos de pertencimento, estigma, ideologia e identidade de adolescentes. A pesquisa, que resultou em dissertação, defendida em 2015, mostra a produção audiovisual num processo imersivo que trabalhou esses conceitos com adolescentes da Comunidade Reolon, em Caxias do Sul (RS). O estudo se propôs focar uma educação humanizadora e libertadora, inspirada em Feire (1996, 2004, 2007) conversando com autores como Honneth (2003), Martín-Barbero (2001), Pêcheux (1999), Bourdieu (2010, 1974, 1983, 1972), Canclini (1984, 1999), Hall (2005) e Goffman (1988). Os questionamentos – “Como me veem?”, “Como eu me vejo?” – foram técnicas metodológicas utilizadas na produção audiovisual permitindo reflexão e revelando pistas para a investigação de como esses adolescentes percebem o espaço ao seu redor e como lidam com estigmas a que estão sujeitos. O método-guia foi o fenomenológico-hermenêutico, partindo da observação participante com apoio de entrevistas em profundidade, análise de conteúdo e análise do discurso.