Descrição
Os museus vivem um crescente movimento de aperfeiçoamento de seus processos de gestão. Esta dinâmica pode ser interpretada como uma marca bastante concreta de um período de amadurecimento do campo, em termos teóricos e conceituais e também práticos, objetivando conferir um maior refinamento de seus processos culturais. Este artigo propõe a perspectiva da gestão cultural para compreender como museus de ciências lidam com um dos seus principais canais de comunicação com o público: as exposições. A investigação foi fundamentada em uma abordagem qualitativa e teve como campo empírico dois museus de ciências na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Apresenta os percursos de cada museu com respeito aos processos de concepção e gerenciamento de suas exposições temporárias, a partir da perspectiva dos sujeitos entrevistados. Em diálogo com a literatura, a pesquisa levanta questões sobre a democratização do processo de decisão, tendo em conta diferentes níveis de participação. O estudo considerou duas categorias para análise: os princípios e orientações conceituais presentes no desenvolvimento de exposições temporárias e a dimensão política expressa pelos processos de tomada de decisão. Considera-se, por fim, a existência de diversos desafios enfrentados por uma instituição de tamanha complexidade, que se expressa pela multiplicidade de visões acadêmicas, técnicas e políticas, concretizadas em ações voltadas a seu público.
