-
Contágio, doença e evitação em uma associação de ex-bebedores: o caso dos Alcoólicos Anônimos
- Voltar
Metadados
Descrição
The major aim of this article is to analyse the construction of the notion of alcoholic illness in an association of ex-drinkers: the Alcoholics Anonymous (A.A.). Basead on an ethnographic research carried with members of the Sapopemba A.A. group (located in a neighbourhood in the outskirts of S. Paulo City, Brazil) and family members, the role of this agency is stressed as a privileged place for anthropological study on alcoholism from an emic perspective, i.e., such as it is lived and managed by those who recognise themselves as "recovering alcoholic patients". At the same time, the possibility of "contagion" of the alcoholic illness is stressed, linked to representations built on alcohol and alcoholism. In fact, alcoholism is understood as a physical and moral illness which, besides hitting the person considered as ill, also affects the set of social relationships - both family and professional - in which he/she is involved. As a consequence, the A.A. therapeutic model is analysed as an "avoidance system" which allows the alcoholic person to build an order of senses inside which the symbolic construction of the experience of the illness is operated, the purpose of which is to enable control of the alcoholic illness and to recuperate social bonds both within the family and at work - that got lost at the times of active alcoholism. || O objetivo deste artigo é analisar a construção da noção de doença alcoólica em uma associação de ex-bebedores: os Alcoólicos Anônimos (A.A.). A partir de pesquisa etnográfica realizada com familiares e membros do grupo Sapopemba de A.A., localizado em bairro da periferia da cidade de São Paulo, no Brasil, enfatiza-se o papel dessa entidade como um espaço privilegiado para o estudo antropológico da experiência do alcoolismo, a partir de uma perspectiva êmica, isto é, tal como ela é vivenciada e gerida por aqueles que se reconhecem como "doentes alcoólicos em recuperação", ao mesmo tempo em que se destaca a possibilidade de "contágio" da doença alcoólica, ligada às representações construídas sobre o álcool e o alcoolismo. Com efeito, o alcoolismo é entendido como uma doença física e moral que, além de atingir o indivíduo considerado doente, também afeta o conjunto das relações sociais - familiares e profissionais - , nas quais ele está envolvido. Como conseqüência, analisa-se o modelo terapêutico de A.A. como um "sistema de evitações", que permite ao doente alcoólico construir uma ordem de sentido, no interior da qual se opera a construção simbólica da experiência da doença, cujo objetivo é possibilitar o controle da doença alcoólica e o resgate dos laços sociais na família e no trabalho - , perdidos no tempo do alcoolismo ativo.
ISSN
1678-9857
Periódico
Autor
Campos, Edemilson Antunes de
Data
1 de janeiro de 2005
Formato
Identificador
https://www.revistas.usp.br/ra/article/view/27209 | 10.1590/S0034-77012005000100008
Idioma
Fonte
Revista de Antropologia; v. 48 n. 1 (2005); 315-361 | Revista de Antropologia; Vol. 48 No. 1 (2005); 315-361 | Revista de Antropologia; Vol. 48 Núm. 1 (2005); 315-361 | Revista de Antropologia; Vol. 48 No 1 (2005); 315-361 | 1678-9857 | 0034-7701
Assuntos
Alcoólicos Anônimos | alcoolismo | doença | sistema de evitações | teoria cultural do contágio | Alcoholics Anonymous | alcoholism | illness | avoidance system | contagions cultural theory
Tipo
info:eu-repo/semantics/article | info:eu-repo/semantics/publishedVersion