Descrição
A principal dificuldade de uma educação patrimonial encontra-se no investimento. Este, para obter resultados, necessita de ser contínuo em financiamento e principalmente em tempo. Apresentamos, de forma resumida, essa temática e um caso prático em que se pode, por meio de um investimento, conseguir a criação de agentes capacitados. Paralelamente, apresentamos através do caso prático a ligação necessária entre História/Etnografia e Arqueologia para transformar um local arqueológico em patrimônio. Algo somente possível se houver investimento na educação de todos os intervenientes. O nosso objetivo prende-se principalmente em alertar a comunidade científica que o investimento em arqueologia não permite retorno se não houver paralelamente investimento em educação patrimonial e que a descoberta de um sítio arqueológico, como o caso de LagosD, não leva automaticamente à sua integração cultural e, subsequentemente, à sua defesa. No caso do Projecto de Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Lagos, esse investimento patrimonial foi efetuado de uma forma não sistemática, quase casualística. Porém, foi esse investimento casualístico que levou aos melhores resultados, e teve um retorno elevado tanto em termos de participação, como em capacidade de se sustentar autônomamente. O resultado da descoberta de património cultural subaquático na baía de Lagos levou à alteração parcial da cultura local, mas, sem dúvida, que se encontra ainda muito por fazer. Com a responsabilidade acrescida que os agentes locais e a educação cria uma cultura de compromisso que não pode falhar de uma parte e da outra.