Descrição
Há uma espécie de drama de consciência no interior do pensamento iluminista em relaçáo à Revoluçáo Francesa: de um lado, aceita, de bom grado, fazer da queda do Antigo Regime um de seus mais belos e significativos frutos; de outro, recusa, por vezes enojado, os meios violentos utilizados para tanto e náo aceita, ou custa a aceitar, filiaçáo ideológica com eles. Esta violência “excessiva” seria exclusivamente obra da massa, segundo o elitismo iluminista. O percurso realizado neste artigo procura explicitar, no contexto da Revoluçáo Francesa em geral e do pensamento e da açáo de Saint-Just em específico, a relaçáo entre pensamento e açáo revolucionária, de modo que se possa identificar o potencial de violência presente no próprio ideal que atravessa o pensamento revolucionário francês, sintetizado pela idéia de Virtude, e que culminará na política do Terror.