Descrição
Este trabalho visa expor considerações sobre os modos de produção romanesca do escritor José Saramago (1922-2010) que suscitam aproximações com o campo do jornalismo, possivelmente advindas de passagens do autor de Memorial do convento por veículos da imprensa portuguesa. Saramago foi um escritor que assumiu a função social do narrador, no sentido benjaminiano, seja como intervencionista público, seja como literato. Há, portanto, neste trabalho, essa relação entre o papel social da narração e a necessidade de resgate do diálogo e da compreensão na intermediação das relações societais, onde evocaremos duas obras do autor, num encontro interdisciplinar entre a sociologia, o jornalismo e o literatura. Nesta leitura mais abrangente, nossa intenção é propor o resgate da dimensão do discurso criativo e interventivo na construção de narrativas.