Descrição
Este é o segundo número da revista Educação e Cultura Contemporânea, publicação semestral do Mestrado em Educação da Universidade Estácio de Sá que visa divulgar a produção científica da área, sobretudo artigos que articulam a educação a aspectos culturais da atualidade.
Este primeiro número temático focaliza estudos sobre representações sociais, procurando oferecer um panorama das questões que vêm sendo priorizadas por investigadores da área e, sobretudo, propiciar o debate em torno de questões relevantes para a educação contemporânea.
A seção Com a palavra..., apresenta uma entrevista exclusiva com Serge Moscovici, introdutor da noção de representação social e, há mais de quarenta anos, o mais prestigiado pesquisador desse campo de estudos. A entrevista, concedida à Margot Madeira, professora do Mestrado em Educação da Universidade Estácio de Sá, aborda o tema central deste número.
O artigo de Jodelet discute a temática das representações sociais como via de aproximação dos fenômenos de ideação social e coletiva, mostrando que somente o estudo dos processos e produtos por meio dos quais indivíduos e grupos constróem, reconfiguram, interpretam seu mundo e sua vida pode encaminhar a integração das dimensões sociais e culturais com a história, como evolução diacrônica orientada.
Banchs compara duas linhas de investigação das representações sociais, a processual e a estrutural, a partir de três aspectos: o modo como se define a teoria, seus pressupostos epistemológicos e ontológicos e seus contrastes em nível metaparadigmático.
Mazzotti discute até que ponto as relações conceituais, tematizadas a partir do significado da expressão organização ou estruturação de elementos no processo de estabelecimento de representações sociais, são relações lógicas. Propõe um outro modo de ver a questão, não como um problema de lógica, mas como um problema de diferentes modos de fazer (algoritmos) ou estilos de argumentar ou pensar, esses sim estruturando as representações. Sugere ao final a Teoria da Argumentação como um bom ponto de partida para pensar a questão.
O artigo de Duarte e Mazzotti, enfatizando o caráter argumentativo dos discursos pelos quais as representações são veiculadas, mostra como a racionalidade retórica pode ser utilizada como metodologia para identificação do núcleo de uma representação social. A título de ilustração, descreve um estudo sobre representações de música e do seu ensino, construídas por professores de música.
Campos, Torres e Guimarães descrevem uma pesquisa que aborda o fenômeno da violência no meio escolar como um sistema complexo mediado por processos simbólicos e representacionais.
O artigo de Castro focaliza as representações sociais de meninas de rua sobre a gravidez por meio da análise das suas estratégias discursivas, buscando conhecer as formas de organização cognitiva do grupo e as consequências dessas representações sobre as práticas cotidianas das adolescentes.
A resenha de Paulo Fernando Araujo de Melo Cotias apresenta o livro de Stuart Hall “A identidade cultural na pós-modernidade”, no qual o autor reflete sobre da crise das identidades individuais e coletivas em nossa época. Finalmente, cabe informar que o próximo número de nossa Revista será também temático, focalizando as relações entre as tecnologias de informação e comunicação e as práticas educacionais. Convocamos os colegas pesquisadores a nos enviar artigos sobre esse tema, ou outros de interesse para o debate das questões atuais do campo da educação.
