Descrição
O diálogo, como um dos elementos principais na pedagogia de Freire, é abordado neste artigo em diferentes aspectos. Freire não teorizou, apenas, sobre o diálogo. Ele o praticou constantemente em sua trajetória e o expressou inclusive na elaboração de suas obras. Em mais de vinte livros, Freire aparece como co-autor, em diálogo com outros educadores. Quatro livros seus trazem no título o vocábulo “cartas”. Outros grandes pensadores, desde Sócrates e Platão, até Max Scheller e Mounier, praticaram o diálogo enquanto educadores, como também na elaboração de suas obras. O artigo situa historicamente Freire entre os grandes mestres do diálogo, definindo afinidades existentes, mas também as diferenças, sobretudo porque, como educador, inaugurou um novo paradigma epistemológico-pedagógico e político, enquanto constrói toda a sua obra através do diálogo preferencial com os “condenados da terra” (Fanon), com os excluídos, com os oprimidos, com os sujeitos históricos da “periferia”.
