Descrição
A cozinha, a princípio um espaço de opressão, pode figurar-se como um campo de possibilidades e de criação. Com base no romance A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Martha Batalha, buscamos refletir sobre como as narrativas de vida de mulheres são costuradas por meio da culinária, no vaivém da invisibilidade e da visibilidade. Realizamos um levantamento do universo semântico das imagens alimentares no romance e na trajetória desse espaço cotidiano e doméstico da personagem Eurídice. A história acontece entre os anos 1940 e 1960 no Rio de Janeiro, de modo que a escrita de receitas culinárias circunda possibilidades de deslocamentos e inscrição de subjetividades de quem escreve e para quem se endereça.