Descrição
O presente artigo analisa o filme Elena (2013), da cineasta Petra Costa, tomando os seus aspectos memorialistas a partir do paradigma do corpo vivido, presente nos estudos de Sobchack (1991) e Marks (2000, 2002). A perspectiva fenomenológica destas autoras, que entende o cinema como um campo onde os corpos tanto resultam quanto partilham da memória corporal, compreendem a experiência da espectatorialidade fílmica como uma possibilidade articulada pelo sensorium, capacidade cognitiva de interpretação das sensações. Deste modo, também consideram a experiência subjetiva de quem realiza o filme como algo que interfere na percepção da obra. Observamos de que forma a presença do corpo, material e sensorial, nos permite uma análise que considere aspectos de autoria fílmica.||This article analyzes the movie Elena (2013) by Petra Costa, taking its memoir aspects from the lived body paradigm, present in the studies of Sobchack (1991) and Marks (2000, 2002). The phenomenological perspective of these authors, which understands cinema as a field where bodies result and share memory, understand the film spectatorship experience as a possibility articulated by the sensorium, cognitive capacity of interpreting sensations. Thereby, also consider the filmmakers’ subjective experience as something that interferes in the film perception. We observe how the body presence, material and sensorial allows us an analysis that involves aspects of the film authorship.