Descrição
Dos tempos pós-modernos, escolhemos a ausência do sujeito como o movimentador da estrutura de significação do real e do mundo, e encontramos as teorizações de Gilles Deleuze sobre o cinema, em especial os conceitos de imagem movimento e imagemtempo. Com esses conceitos e as imagens de duas produções audiovisuais, realizamos a composição de um plano de pensamento extraído com/de o cinema. Perder de vista o real é imprescindível em uma condição de dissolução do mundo, melancólica e para a qual a realidade é incompreensível. Há perda de contato, perda de significado cujos efeitos são sentidos pela montagem e por uma narratividade sem limites, com imagens justapostas, que multiplicam as ações e as dispersam. Os encontros possíveis estão no intervalo entre imagens, no vazio e no silêncio. Em ambas as produções audiovisuais analisadas, a manutenção do mundo no momento em que ele está escapando trabalha com uma dimensão do olhar como prática de entrever, e, neste ponto, é esperançoso. Tenta capturar um pouco do real, como um caçador fugidio.