Descrição
O presente artigo visa analisar o chamado Documento de Santarém, promulgado em maio de 1972, no final de uma reunião dos bispos da Amazônia brasileira. O objetivo dos prelados foi a revisão das práticas pastorais à luz das decisões tomadas por ocasião do Concílio Vaticano II (1962-1965) e da II Conferência dos Bispos Latino-americanos em Medellín (1968). Partindo do contexto de transformações de uma envergadura até então desconhecida – sobretudo, em razão da Operação Amazônia, um plano de integração e exploração da região concebido pelo regime militar (no poder desde 1964) –, a pesquisa enfocará as reflexões dos bispos da Amazônia que escolheram os conceitos da encarnação e libertação para reinterpretar a atuação da Igreja Católica nesta região do Brasil marcada pela implantação de grandes projetos de cunho estratégico e socioeconômico.