Descrição
O artigo analisa algumas configurações no campo da Antropologia dos Museus, tendo como estudo de caso os usos e as apropriações dos acervos afrorreligiosos existentes no Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, em Laranjeiras, SE. A partir de narrativas sobre o contexto da criação do museu, dos dados sobre a formação da Sala de Exu e da análise dos conflitos em torno da representação e da musealização de elementos que evocam a presença e a ausência do orixá Exu na exposição museológica, demonstra múltiplas estratégias da produção de “sagrados” em contextos e instituições seculares. Do mesmo modo, evidencia as ressonâncias presentes nos deslocamentos de bens afrorreligiosos e os conflitos em torno das políticas de (auto) representação materializadas em ações de musealização e de patrimonialização das diferenças culturais.||El artículo analiza algunas configuraciones en el campo de la Antropología de los Museos teniendo como estudio de caso los usos y las apropiaciones de los acervos afrorreligiosos existentes en el Museo Afro-Brasileño de Sergipe, en Laranjeiras-SE. A partir de experiencias etnográficas en torno a la presencia y la ausencia del orixá Exu en la exposición museológica demuestra múltiples estrategias de la producción de "sagrados" en contextos e instituciones seculares. De la misma manera, evidencia las resonancias presentes en los desplazamientos de bienes afro-religiosos y los conflictos en torno a las políticas de (auto) representación materializadas en acciones de musealización y de patrimonialización de las diferencias culturales.||The article analyzes some configurations in the field of Anthropology of Museums having as a case study the uses and appropriations of the afro-religious collections existing in the Afro-Brazilian Museum of Sergipe, in Laranjeiras-SE. Based on narratives about the context of the creation of the museum, data about the formation of the Exu Room and the analysis of the conflicts around the representation and musealization of elements that evoke Exu in the museological exhibition demonstrates multiple strategies of the production of “sacred” in secular contexts and institutions. In the same way, it highlights the resonances present in the movements of afro-religious goods and the conflicts around the (self) representation policies materialized in musealization actions and patrimonialization of cultural differences.