Descrição
Este artigo analisa os vestígios da escravidão, do patriarcalismo e das formas de autoritarismos presentes na composição espectral no romance brasileiro. A partir da leitura da obra A menina morta (2001), de Cornélio Penna, e Lavoura arcaica (1982), de Raduan Nassar, elegemos como motor teórico as reflexões de Jacques Derrida em torno da espectralidade, sobretudo em Espectros de Marx (1994), livro no qual o filósofo interpreta o passado sob o crivo da dívida e da herança, dois temas que se apresentam como forças motrizes dessas obras. Com efeito, articularemos a dimensão histórico-fantasmagórica dessas obras aos rastros e aos fantasmas da escravidão, da violência e do autoritarismo que se solidificam na história da América Latina e persistem assombrar o nosso presente.