Descrição
Vamos analisar neste artigo alguns aspectos das estratégias de interação entre missionários Jesuítas e povos de duas diferentes regiões: Moçambique e Goa. Tais regiões, pertencentes a continentes distintos (África e Ásia respectivamente) abrigaram originalmente
culturas e religiões díspares, porém, se tornam conectadas pelo oceano Índico e pelas rotas de navegação que o cortavam desde períodos anteriores a chegada de Vasco da Gama. E, justo nestas regiões constituíram-se portos fundamentais para a carreira das Índias que, a partir do século XVI, passa a servir como rota comercial que possibilita também a criação de um olhar global dos missionários sobre os povos a serem catequizados. Porém, de que forma estas diferenças entre africanos e indianos reverberaram em diferentes olhares e estratégias por parte dos missionários? Este olhar de conjunto sobre diferentes povos pode ser visto, por exemplo, nas cartas deixadas por Francisco Xavier, que faz sua paragem em Moçambique a caminho de Goa. Pode ser visto também em obras como Mentalidade Missiológica dos Jesuítas em Moçambique antes
de 1759 (de António da Silva, S.J). Tais textos, acrescidos de outros referenciais para a história da África constituirão o aporte documental para analisarmos estratégias de construção de um “império Jesuíta” entre Moçambique e Goa.
