Descrição
Neste artigo, buscamos apreender a forma pela qual militantes feministas da cidade de Belém (Amazônia-Pará-Brasil) percebem a maneira como foi desenvolvida a entrevista jornalística com a jovem vítima do caso de estupro coletivo que mobilizou ciberfeministas do país inteiro em maio de 2016. Para isso, promovemos uma conversação inspirada no modelo metodológico do grupo focal, por meio da qual pudemos perceber a emergência de similaridades e dispersões na maneira como as militantes de duas vertentes diferenciadas percebem a entrevista, a saber, feminismos negro e radical. Como resultado, pudemos perceber que embora polifônicas e divergentes em diversos âmbitos e intensidades, as vozes das correntes de pensamento feminista em Belém se propõem a dialogar contra a cultura que subjuga e violenta as mulheres.