Descrição
The authors argue that a refugee camp is an exceptional space to put order in the tension, in the spatial and temporal dimensions. There are always multiple borders in refugee camps, whether between countries, cultures and languages, it is the crossing of goods and people. Paradoxically it is a temporary situation and a residence at the same time. From the methodological point of view, the field notebook and the interviews made it possible to learn about the test subjects living conditions, as they are actors within the constraints of their story. The article proposes to expose the voice of the refugees, their vision and the telling of the bumps in the path to Europe. The experience in the camps allows for an analysis of territory through the dissolution of previous social life and the expectation of new beginnings. What shapes the horizon of refugees is reaching fertile soil. Sociability is modeled on insecurity, denial, and depoliticizing humanitarian aid. In summary, a paradoxical space where nothing is taken for granted and everything is disputed.Keywords: refugees, Europe, border, anthropology.||Os autores argumentam que o campo de refugiados é um espaço excepcional para colocar ordem na tensão das coisas, na dimensão espacial e temporal. Sempre há múltiplas fronteiras nos campos de refugiados, seja entre países, culturas e línguas, seja os cruzamentos para as mercadorias e as pessoas. Paradoxalmente, há uma situação temporária e de permanência ao mesmo tempo. Do ponto de vista metodológico, o caderno de campo e as entrevistas possibilitaram aprender com os sujeitos da pesquisa sobre suas condições de vida, porquanto são atores dentro de condicionamentos nos quais fazem a sua história. O artigo propõe expor a voz dos refugiados, a sua visão e leitura dos percalços na trajetória à Europa. A experiência nos campos de refugiados permite uma análise de um território por meio da dissolução da vida social anterior e da expectativa de novos começos. O que molda o horizonte dos refugiados é alcançar o solo fértil europeu. A sociabilidade é modelada na precariedade e na negação e despolitização da ajuda humanitária. Enfim, paradoxalmente, um espaço onde nada está dado como certo e tudo está contestado.Palavras-chave: refugiados, Europa, fronteira, antropologia.