Descrição
Passado um século do aparecimentode textos como Psicologia do coquetismo eCultura feminina, de Georg Simmel, o temada natureza da mulher permanece presente.Há muito rompemos, no âmbito das ciênciassociais, com uma noção de natureza imutávelou com uma visão estreita de socialização. Acompreensão das diferenças entre homens emulheres como diferenças culturalmentee socialmente fundamentais tornou-se, aolongo do século XX, uma das tarefas maisimportantes das ciências sociais. Além da questãodas diferenças, manifestam-se tambémgraves desigualdades: no acesso ao mercadode trabalho, à representação política, dentreoutras. O que este artigo aborda é uma zonade resistência da diferenciação entre os sexos,uma zona guardada a sete chaves pelas própriasmulheres: o mundo dos relacionamentosamorosos. Homens falam de amor, sofrempor amor, vivem o amor; “mas é diferente...”,dizem as mulheres. Esse mundo do amorparece ser um dos lugares mais recônditosem que se esconde o princípio da diferençaentre os sexos. Uma diferença que extrapolaa heterossexualidade. A partir de narrativas demulheres sobre suas histórias de amor e sexo,este artigo analisa o discurso feminino sobre asexualidade e o sentimento amoroso.