Descrição
Usualmente, na Sociologia, a globalização é tratada como uma série de desafios econômicos, culturais e políticos protagonizados por Estados, corporações transnacionais e fluxos de capitais e de informações, costumando ser retratada apenas enquanto fenômeno econômico. Entretanto, a globalização não repercute apenas na economia mundial, mas também em nosso domínio privado, afetando nossas vidas íntimas, redefinindo, inclusive, nossa identidade pessoal e sexualidade. Com a expansão dos sites de compartilhamentos de vídeos a partir do inicio dos anos 2000, pop-stars, etnias e raças foram mescladas aos fluxos de imagens, corpos e discursos imbricados na globalização das sexualidades. Estes fluxos poderiam desestabilizar os limites entre polos e periferias da produção audiovisual ao mesmo passo em que desafiam estereótipos de gênero e também de identidades nacionais. Abordando a trajetória de quatro pop-stars de Angola, Bulgária, Israel e Inglaterra, sobre os quais transexualidade e bissexualidade cruzariam com raça, nação e etnia, o artigo pretende investigar o impacto destes artistas sobre as políticas sexuais de seus países e no exterior. Além disso, o artigo aborda o significado das mudanças corporais, dos atos de “cidadania diva” e da cosmopolitização estética sobre a globalização das sexualidades. Por fim, os artistas escolhidos representariam uma possibilidade de cidadania sexual global.