Descrição
I argue that the reception of Hegel in the sub-field of history and philosophy of science has been in part impeded by a misunderstanding of his mature metaphilosophical views. Taking Alan Richardson’s influential account of the rise of scientific philosophy as an illustration of such misunderstanding, I argue that the mature Hegel’s metaphilosophical views place him much closer to the philosophers who are commonly taken as paradigms of scientific philosophy than is commonly thought. Hegel is commonly presented as someone who conceived of philosophy as a science that relied on the solitary genius of the individual thinker, and as a science whose propositions could not and should not be made accessible to “the common people”. Against this view, I argue that Hegel in fact thought that philosophy was a thoroughly anti-individualistic activity, and that he emphasized the importance of the intersubjective accessibility of philosophical discourse. I argue that when we carefully reconstruct Hegel’s reasons for his break with Schelling, and if we pay close attention to his explicit metaphilosophical pronouncements, we can see that he in fact adhered to what I call a “proto-modernist” conception of philosophy as a science. I conclude by pointing out how the mischaracterization of Hegel has served to obscure the existence of a strand of scientific philosophy that emerged by way of an immanent critique of Hegel, namely Marxist philosophy.||
Afirmo que a recepção de Hegel no subcampo da história e da filosofia da ciência foi impedida, em parte, por um mal-entendido de suas visões metafilosóficas maduras. Levando em conta as posições influentes de Alan Richardson sobre a ascensão da filosofia científica como um exemplo de tal mal-entendido, eu argumento que as visões metafilosóficas do Hegel maduro o colocam muito mais perto dos filósofos que são comumente tomados como paradigmas da filosofia científica do que normalmente se pensa. Hegel é comumente apresentado como alguém que concebeu a filosofia como uma ciência que se apoiava no gênio solitário do pensador individual, e como uma ciência cujas proposições não podiam e não deveriam ser tornadas acessíveis “ao povo”. Contra essa visão, argumento que Hegel, de fato, pensava que a filosofia era uma atividade totalmente anti-individualista, e que ele enfatizou a importância da acessibilidade intersubjetiva do discurso filosófico. Argumento que, quando reconstruímos cuidadosamente as razões de Hegel para sua ruptura com Schelling, e se prestarmos atenção aos seus pronunciamentos metafilosóficos explícitos, podemos ver que ele de fato aderiu ao que chamo de concepção "protomodernista" da filosofia como ciência. Concluo apontando como a descaracterização de Hegel serviu para obscurecer a existência de uma vertente da filosofia científica que surgiu por meio de uma crítica imanente de Hegel, a saber, a filosofia marxista.
