Descrição
A forma de governo que no século XX assustou o mundo “civilizado” por ter negado de forma total a pluralidade dos homens (colocando o “Estado” como a única voz do mundo e o único capaz de dizer a verdade), classificada por Arendt como “totalitarismo”, teve o seu
fim, para alguns, com a queda de seus líderes. Essa visão é superficial e simplista, pois leva em consideração apenas a forma de governo como instituição. Na verdade, a parte mais forte e importante dela, a sua ideologia, nunca morreu, nunca foi destruída. Essa ideologia, ou seja, a ideia de “criar” ou de “fabricar” homens conforme a vontade do “dirigente” está presente e de maneira ativa ainda entre nós e, com mais incidência, no campo da educação, especificamente no campo de interesse deste artigo – na educação escolar. Desse odo, entende-se a necessidade de se discutir essa questão no nosso tempo, apontando o rastro da ideologia totalitária impregnado nas práticas escolares, por meio de objetivos e métodos de procedimentos utilizados que, no fundo, refletem as intenções e interesses dos educadores, deixando-se de
lado, assim, os educandos. Ações essas que, na sua essência, ao esquecerem a especificidade do educando e a sua capacidade criativa, destro em o sentido da educação, criando indivíduos semelhantes aos súditos dos regimes totalitários: funcionam, mas não pensam.