Descrição
O narrador e as personagens de Oswald de Andrade (1890-1954), carregados de dramas existenciais, vão cada vez mais se deixar dominar pela paisagem técnica. O espaço interno do carro, do vagão de trem, do navio e de aeronaves se transformam em ambiente narrativo mecanizado. Pela primeira vez, temos, na literatura brasileira, uma política explícita de mecanização e modernização da atuação das personagens e do olhar do narrador. Isto posto, veremos, neste artigo, como as personagens oswaldianas se comportam nesse ambiente narrativo. Nossa ênfase recairá sobre o transporte ferroviário. Com isso, acreditamos que o presente artigo ajudará a compreender melhor a intersecção entre a literatura e a modernização, no Brasil da primeira metade do século XX.