Descrição
Este artigo aborda a questão da memória a partir da fotografia e suas possíveis alterações advindas do aumento exponencial da produção e do compartilhamento de imagens. A partir tanto de uma filosofia da fotografia (Barthes, Virilio, Flusser) quanto de uma filosofia da imagem e do imaginário (Belting, Bachelard, Durand, Eliade, Merleau-Ponty), problematiza-se a memória como portadora de passado num contexto de efemeridade do atual e de dissolução da estabilidade de categorias como o tempo e o espaço. Propõe-se a ideia de memória como antecipação mais do que rememoração.Conclui-se que o papel da fotografia, apesar da desmaterialização e destemporalização desta última, mantém-se intacto para a memória antecipatória, que atualiza o passado mítico para atender o desejo pelo devir.||The theme of this article is the issue of memory related to photography and its possible alterations due to an exponential increase in the production and sharing of images. Startingoff from both a philosophy of photography (Barthes, Virilio, Flusser) and a philosophy of images and the imaginary (Belting, Bachelard, Durand, Eliade, Merleau-Ponty), we problematize memory as a carrier of the past in a context of ephemerality of the now and dissolution of the stability of categories such as time and space. We propose the idea of memory as anticipation more than recollection. The conclusion is that the part of photography, despite its dematerialization and detemporization, is intact for the anticipatory memory, which updates the mythical past in order to respond to a desire for what is coming.