Descrição
Este artigo reflete sobre a vida e os conflitos de Joana de Avis, demonstrando a oposição entre a responsabilidade real e a vocação religiosa da princesa Santa, à luz do papel da mulher nobre no contexto da Idade Média. Para tanto, utilizou, como fontes principais, a narrativa hagiográfica Memorial da Infanta Santa Joana Filha Del Rei Dom Afonso V e o Retrato de Santa Joana Princesa. Por meio do manuseio do primeiro, objetivou-se estabelecer uma relação de composição entre hagiografia e historiografia, de modo a compreender alguns elementos da vida da Infanta Joana a partir da interpretação da narrativa; e, do segundo, para buscar, no retrato de Joana, aspectos que possam enquadrá-la no contexto histórico em que viveu. As conclusões ressaltam a necessária e produtiva relação intertextual entre a hagiografia e a história, além da multiplicidade de diálogos que a história permite estabelecer, a exemplo da literatura e da arte do retrato.