Descrição
Este texto começa com uma nota introdutória na qual a autora, que experimenta há vários anos os programas do currículo, mostra os motivos de sua escolha pedagógica-didática afirmando que os percursos traçados lhe deram sempre, por um lado, a possibilidade de constatar um crescimento dinâmico e multimensional do pensamento individual e coletivo dos alunos e dos próprios docentes e facilitadores. Por outro lado, e principalmente, eles têm garantido uma possibilidade maior de explicitar, por exemplo, a capacidade de transformar e transformarem a si mesmos, o que, somente ao ter a consciência da necessidade de tais mudanças, facilita e melhora o modo deles se relacionarem com eles mesmos e com os outros. O texto remete, inicialmente, às afirmações que um grupo de crianças elaborou durante uma sessão, de forma que é exatamente a prática filosófica no contexto de suas situações e circunstâncias que permite a autora fazer constantes teferências ao pensamento de Wittgenstein, e realizar, também, um exame a respeito da possibilidade de uma relação entre o filósofo austríaco e os pressupostos que estão na base da filosofia para crianças (P4C) e que fazem, essencialmente, referência ao pensamento de Lipman. As temáticas de fundo tendem, portanto, a evidenciar uma afinidade de pensamento entre os dois filósofos relativa à linguagem e ao místico, para o qual se introduzem algumas analogias e se encontra correspondência na própria idéia de filosofia que pertence a ambos. Lipman afirma que a P4C deseja ser uma experiência total de pensamento através da linguagem e a filosofia para Wittgenstein é uma atividade esclarecedora da linguagem que tem como finalidade a clarificação lógica dos pensamentos. Em Investigação filosófica de Lipman, a linguagem está definida como uma estrutura unitária que representa um conjunto de relações, do mesmo modo que o argumentar na comunidade de investigação se caracteriza como um conjunto de vínculos conectados em suas relações e significados. A Linguagem, tanto em Lipman como em Wittgenstein, recupera uma estreita relação entre teoria e prática, e assim se torna uma produção social, instrumento da ação cotidiana. A potencialidade expressada pela linguagem pode ser comparada à potencialidade expressada na comunidade de investigação em seu percurso de investigação-ação. Portanto, em relação às dimensões do inexpressível, o místico e o espanto das crianças relatadas por Lipman se encontram nesse estupor que ambos geram, nesse desejo de conhecimento implicado neles, no mistério causado neles, tomando-se esse o fundo sobre o qual e através do qual todo o que tentamos expressar, comunicar e ser adquire significado. Palavras-chave: Filosofia para crianças; Wittgenstein; linguagem||The text starts with an introductory note in which the author, who has already used the curriculum she will discuss, clarifies her didactic choices in two ways. Her primary motivation was 1) to assist in the dynamic and multi-dimensional growth of her students’ individual and collective thinking, and of her thinking as well; and, 2) to give them the tools through which they could reach their own potential through continual transformation and renovation of both their individual and social lives. The text begins with the philosophical statements which a group of children have offered in the course a session, which the author connects to the thinking of Wittgenstein, which leads into an inquiry about the relationship between the thinking of the Austrian philosopher and Matthew Lipman. Basic shared themes and analogous approaches are identified in the areas of mysticism, language, and the goals of philosophy. Lipman says, for example, that "Philosophy for Children aims at being a total, thinking-inlanguage experience,"2while for Wittgenstein, philosophy is an activity of clarification through language whose purpose is to make thoughts clear via logic. In his Philosophical Investigations, for example, language is understood as a unitary structure that represents a set of relationships, just as in the community of inquiry, dialogue is understood as a set of relationships between multiple meanings. For both philosophers, language restores the relationship between theory and practice, and as such is a social production and an instrument for the transformation of daily behavior. The therapeutic potential that Wittgenstein finds in language can be compared to the potential for reconstruction that the community of inquiry explores through its practice of collective action-research into the construction of meaning and value in everyday life. The capacity for wonder that Lipman attributes to children is seen in relation to Wittgenstein's concern for "what cannot be said," and is understood in both philosophers as the exploration of that mystery which serves as the ground on which and by which everything that we strive to express, to communicate, and to be, acquires a meaning.||El texto se inicia con una nota introductoria en la que la autora, que experimenta desde hace varios años los programas del currículo, da los motivos de su elección pedagógico-didáctica afirmando que los recorridos trazados le han dado siempre, por un lado, la posibilidad de constatar un crecimiento dinámico y multidimensional del pensamiento individual y colectivo de los alumnos y de los propios docentes y facilitadores. Por otro lado, y sobre todo, le han garantizado una mayor posibilidad de explicitar, por ejemplo, la capacidad de transformar y de transformarse que, únicamente al tener consciencia de la necesidad de tales cambios, facilita y mejora el modo de relacionarse consigo mismo y con los otros. El texto remite, inicialmente, a las afirmaciones que un grupo de niños ha elaborado en el curso de una sesión, de manera que es propiamente la práctica filosófica en el contexto de sus situaciones y circunstancias que permite a la autora elegir constantes referencias al pensamiento de Wittgenstein, y realizar, también, un examen con respecto a la posibilidad de una relación entre el filósofo austríaco y presupuestos que están en la base de Filosofía para Niños (P4C) y que hacen, esencialmente, referencia al pensamiento de Lipman. Las temáticas de fondo tienden, por lo tanto, a evidenciar una afinidad de pensamiento entre los dos filósofos en lo relativo al lenguaje y a lo místico, para lo que se trazan algunas analogías y se encuentra correspondencia en la propia idea de filosofía que pertenece a ambos. Lipman afirma que P4C desea ser una experiencia total de pensamiento a través del lenguaje y la filosofía para Wittgenstein es una actividad del clarificadora del lenguaje que tiene como finalidad la clarificación lógica de los pensamientos. En Investigación filosófica de Lipman, el lenguaje está definido como una estructura unitaria que representa un conjunto de relaciones, del mismo modo que el argumentar en comunidad de investigación se caracteriza como un conjunto de vínculos conectados en sus relaciones y significados. El lenguaje tanto en Lipman como en Wittgenstein recupera una estrecha relación entre teoría y práctica, y así deviene producción social, instrumento de la acción cotidiana. La potencialidad expresada del lenguaje puede ser comparada a la potencialidad expresada en la comunidad de investigación en su camino de investigación-acción. Entonces, en lo relativo a la dimensión de lo inexpresable, lo místico y el asombro de los niños relatados por Lipman se encuentran en ese estupor que ambos generan, en ese deseo de conocimiento que los implica, en el misterio que los asocia, tornándose ese fondo sobre el cual y a través del cual todo lo que intentamos expresar, comunicar y ser adquiere significado. Palabras claves: filosofia para niños; Wittgenstein; lenguaje
