Descrição
Este artigo procura pensar a virtualização dos corpos na cultura contemporânea através de três eixos principais. O primeiro seria o de como o som e a imagem são separados de sua materialidade através de novas técnicas de construção audiovisual. Usando um show da banda alemã Kraftwerk como exemplo, demonstro como a música eletrônica passou a se valer de um objeto sonoro desvinculado de um corpo empírico, o que pode ser estendido para a produção de imagens de síntese. Num segundo momento trato de como os corpos são virtualizados por essas tecnologias. Esse tipo de pensamento vai resultar em construções sócio-tecnológicas como os conceitos de Inteligência Artificial e de Ciborgues. Por fim tento mostrar como o mundo real, em suas diversas instâncias, desde a econômica até a cultural, tende a virtualizar-se, opondo a experiência descorporificada à materialidade.||This article looks for to think the virtualization of bodies in contemporary culture through three main axes. The first one would be how sound and image are separated of their materiality through new techniques of audiovisual construction. Using a show of the German band Kraftwerk as example, I demonstrate how electronic music began to use a sound object disentailed of an empirical body, what can be extended to the production of synthesis images. In a second moment I discuss how bodies are virtualized by these technologies. This type of thought results in socio-technological constructions such as the concepts of Artificial Intelligence and Cyborgs. Finally I try to show how the real world, in its diverse instances, from the economic to the cultural one, tends to virtualize itself, opposing the disembodied experience to materiality.