Descrição
O artigo, situado no campo dos estudos contemporâneos de cinema, problematiza questões relativas ao cinema de fluxo tomado da forma como se apresenta no filme La mujer sin cabeza (2008), de Lucrecia Martel. Para tanto, discute e analisa na obra as estratégias adotadas para a colocação em quadro do contexto sociopolítico da Argentina neoliberal pós-ditaduras, verifica os efeitos de sentido produzidos por meio das homologações entre o plano do conteúdo fílmico e o plano da expressão cinematográfica, e trata das consequentes articulações estéticas e estésicas. Considerando o cinema como privilegiado campo do sintoma da sociedade em que se se encontra cronotopicamente inserido, conclui-se que o filme em tela, ao focalizar as miudezas do cotidiano e suas modulações sensíveis, sinaliza a emergência de um suposto Nuevo Cine Argentino – que tanto viabiliza a detecção de angústias e asfixias sociais, quanto oportuniza, potencialmente, revisões de paradigmas e conceitos pré-estabelecidos.||The essay, situated within the scope of contemporary cinema studies, discusses questions concerning the flow aesthetics taken as it is presented in the film La mujer sin cabeza (2008), by Lucrecia Martel. To this end, it discusses and analyzes the strategies adopted for framing the post-dictatorship neoliberal Argentina’s sociopolitical context, verifies the effects of meaning produced by the homologations between the plane of film contents the plane of cinematographic expression, and deals with the consequent aesthetic/aisthesic articulations. Considering cinema as a privileged field of the symptom of the society in which it is chronotopically inserted, it is concluded that Martel’s movie, by focusing on small aspects of everyday life and its sensory modulations, enlightens the emergence of a supposedly innovative cinema: a Nuevo Cine Argentino that both makes it possible to detect social distress and asphyxiation, and potentially provides for revisions of preestablished paradigms and concepts.
