Descrição
O presente artigo discute os estribos e as implicações sociais da divisão de trabalho entre os estudiosos da antiguidade clássica no interior da moderna universidade francesa. Para tanto, partindo de uma discussão relativa às formas classificatórias proposta por Émile Durkheim e Marcel Mauss, ele mostra quais as lógicas subjacentes à diferenciação historicamente constituída entre helenistas e latinistas nesse país. Busca-se assim explicar porque, por exemplo, helenistas estiveram aí, em geral e estruturalmente, mais próximos dos grandes movimentos de inovação científica, ao passo que os latinistas, institucionalmente dominantes, assumiram posições mais conservadoras, ligadas à reafirmação do cânone retórico das belle-lettres francesas.