Descrição
O presente artigo propõe uma análise a respeito do papel da mulher na burguesia carioca do século XIX por meio do romance urbano Lucíola, de José de Alencar, pertencente ao período literário denominado Romantismo. Primeiramente, abordaremos questões referentes à literatura descritiva dos costumes da corte carioca, do tabu da prostituição e da virgindade, da valorização da postura puritana e da punição sofrida pela protagonista por não se encaixar nesse estereótipo. Na sequência, apresentaremos semelhanças e diferenças entre a protagonista do romance, Lúcia, e a mulher brasileira do século XXI. Por meio dessa análise, pretendemos demonstrar que, no passado, a mulher sofria com uma idealização masculina, em que deveria ser casta e dona de casa, sendo julgada se não alcançasse tais critérios e como, a partir de revisões de movimentos feministas e conquistas de direitos, essa normatização se transformou. A mulher passou a ter direito ao voto, empoderou-se de seu corpo e pôde dizer não à maternidade. Porém, o machismo persiste na contemporaneidade de uma forma diferente e discreta, influenciando no pertencimento da figura feminina dentro da sociedade.