Descrição
Com o fim da Ditadura Militar, em 1985, o ensino de História passou por mudanças que questionaram os conteúdos e as explicações históricas difundidas nos espaços escolares. No Estado de Santa Catarina não foi diferente: as discussões ocorreram nas universidades, entre os professores de História das redes estadual e municipais de ensino e também entre os integrantes dos movimentos sociais e dos sindicatos da categoria. Como em muitos outros estados brasileiros, encontros de formação docente foram organizados pelas secretarias de Educação, a fim de discutir uma nova proposta curricular que viesse substituir as antigas diretrizes curriculares que eram implementadas nas aulas de Estudos Sociais, Organização Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica. Neste artigo, nos propomos a analisar dois documentos oficiais produzidos na década de 1990 pela Secretaria de Educação do Estado de Santa Catarina: a Proposta Curricular de 1991 e a Proposta Curricular de Santa Catarina de 1998. As discussões sobre currículo apregoam que este é histórico, produto de seu tempo e que a seleção do que ensinar envolve selecionar valores, habilidades e saberes e passa por mudanças de acordo com os interesses e as disputas de poderes de cada contexto histórico. Nosso objetivo é refletir sobre qual memória coletiva, acerca do passado do estado de Santa Catarina, os poderes públicos selecionaram para que fosse difundida nas instituições escolares nestes novos tempos que se iniciavam com a reabertura política.
