Descrição
ResumoO presente artigo trata dos processos identitários feitos amálgama de gênero, classe, sexualidade e etnicidade na pessoa de Glória Anzaldúa, a partir da escrita autorreferencial intitulada: Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo, onde de forma criativa e original a autora descreve a importância da narrativa de fronteira. Ao narrar experiências de vida evidencia as esperanças e desafios das escritoras negras e periféricas que na busca de espaço social, falam em primeira pessoa, narram as vicissitudes de quem contesta e resiste às estruturas hetero opressivas do cistema colonizador. Analisa-se o uso de vários gêneros (ensaio, poesia prosa) e idiomas como hibridismo de superação do isolamento e subalternidade. O texto principal dialoga com a dimensão indisciplinar de Reich, Butler, Borba e Moita Lopes na tessitura analítica da linguagem na construção do moralismo sexual, das diferenças que impedem potências de emancipação/superação da pugna e fragmentação feminista no esforço agregador das multidões queer.