Descrição
O presente texto pretende efetuar uma leitura do romance Diário da queda, de Michel Laub, publicado em 2011. A interpretação que propomos faz parte do dever de memória, que aparece já na abertura do romance e que, segundo nossa perspectiva de leitura, pode ser visto como um fio condutor do texto de Laub bem como uma das principais questões de muitos textos da literatura brasileira contemporânea. Ao dizer que a memória é um fio condutor do texto em questão, podemos também ler o texto de Michel Laub a partir do pensamento de Walter Benjamin, já que para o filósofo alemão a memória e o esquecimento são aspectos centrais para o exercício de uma escrita a contrapelo. Pretendemos, por meio de um diálogo entre literatura, memória e história, perceber de que modo a reminiscência aparece no texto do escritor brasileiro e como ela acaba cedendo espaço para uma espécie de “esquecimento feliz”. Além disso, interessa pensar de que modo os temas memória e esquecimento irrompem no texto tendo como questão a própria linguagem empregada, já que não se trata apenas de uma questão temática, mas também de forma, o que significa dizer que memória e esquecimento aparecem como elementos constitutivos do texto em questão.
