Descrição
Cet article interroge les possibilités éthiques ouvertes par un rapprochement entre la poésie et le théâtre, tel qu’il a été prospecté par Stéphane Mallarmé. À la confluence de ces deux pratiques artistiques, on rencontre une certaine écriture contemporaine qui se sait hantée par de multiples voix (comme les travaux de Valère Novarina, Nathalie Quintane, Carlito Azevedo et Sérgio Medeiros) et qui produit des pièces de théâtre où le langage commande l’action et des poèmes où l’entrelacement d’altérités discursives constitue le mode d’énonciation, configurant un minuscule théâtre de l’éthique, capable d’ouvrir la scène de la pensée à un autre inconnu, à venir, selon une perspective chère à Jacques Derrida.||Este artigo interroga as possibilidades éticas abertas por uma aproximação entre a poesia e o teatro, tal como especulada por Stéphane Mallarmé. Na confluência dessas duas práticas artísticas, encontra-se uma certa escrita contemporânea que se sabe assombrada por múltiplas vozes (como os trabalhos de Valère Novarina, Nathalie Quintane, Carlito Azevedo e Sérgio Medeiros) e que produz peças em que a linguagem assume o comando da ação e poemas em que o entrelaçar de alteridades discursivas constitui o modo enunciativo, configurando um mínimo teatro da ética, no sentido em que ela abre a cena do pensamento para a entrada de um outro desconhecido, por vir, segundo uma perspectiva cara a Jacques Derrida.