Descrição
Este ensaio, a partir de uma aproximação sonora entre os termos “móbile”, utilizado para denominar as esculturas cinéticas de Alexander Calder, e “móbil”, ou “motivo”, como aquilo que caracteriza a base arbitrária das crenças, propõe uma discussão sobre a potência da incerteza e da desmobilização na obra do filósofo francês Clément Rosset. Para tanto, num primeiro momento, são colocadas em pauta as ideias do pensador acerca do real e dos sentidos de que se vale o pensamento para dar forma e inteligibilidade ao real, e, por outro lado, as colocações de Rosset a respeito da incerteza. A partir dessas reflexões, aborda-se o conceito de “desmobilização” proposto pelo autor como algo que, ainda contemporaneamente, traz em si uma potência condizente com a atualidade – não só no campo filosófico. Por fim, todo o trabalho é temperado por algumas passagens de Nietzsche.