Descrição
In this article, after having outlined the mythopoetic traditions and genre conventions underlying the medieval alba, we propose to examine the way in which motifs pertaining to dawn-poetry have been recycled by three Portuguese contemporary poets – Natália Correia, Joaquim Manuel Magalhães, and Pedro Sena-Lino – who, with variable mimetic accuracy and in the context of quite dissimilar poetic idioms, have attuned alba conventions both to their poiesis and personal myths. By freely combining poetic motifs stemming from troubadouresque tradition, 20 and 21st-century authors often refunctionalize or invert them parodically to the point of composing actual counter-albas.
||No presente artigo, partindo de uma breve sondagem da tradição mitopoética e das convenções sémico-formais da alba medieval, examina-se o modo como três poetas portugueses contemporâneos – Natália Correia, Joaquim Manuel Magalhães e Pedro Sena-Lino – revisitaram, com variável grau de mimetismo e no contexto de idiomas poéticos diversos, o arquétipo do canto do amanhecer, compaginando-o com a sua poiesis e mitos pessoais. Combinando livremente módulos poéticos de ascendência trovadoresca, não é raro que os autores dos séculos XX-XXI procedam à sua refuncionalização ou inversão paródica, chegando a compor verdadeiras contra-albas.