Descrição
O presente texto trata de apresentar determinadas experiências corporais de moradores de rua, vivenciadas a partir dos conflitos impostos por intervenções urbanas que procuram limitar ou mesmo eliminar sua circulação e permanência nas ruas das cidades. As políticas que tendem a organizar e “limpar” o espaço urbano e as práticas cotidianas hostis de segmentos sociais que corroboram com essa tendência são responsáveis pela construção de uma vulnerabilidade corporal específica desse segmento. Tais práticas compressoras geram mecanismos de contenção e expansão corporal contingentes em suas interações sociais e espaciais diárias. No entanto, os mesmos mecanismos, somados a uma circulação ininterrupta e à persistente criação de territorialidades, marcam uma resistência dos habitantes de rua a sua eliminação, refazendo cotidianamente sentidos de lugar na cidade.