Descrição
O objetivo do artigo é demonstrar que a análise do sítio urbano, da expansão do plano e a influência dos sistemas territoriais devem ser feitos em conjunto para o entendimento da configuração da morfologia urbana de Parintins (AM). Descreve-se, inicialmente, o histórico da ocupação do arquipélago fluvial, os eventos e processos socioespaciais associados e os papéis exercidos na rede urbana em ciclos e fases político-econômicas. Maior atenção é dada aos setores econômicos dominantes na cidade cujas práticas espaciais alteram padrões de configuração urbana pela privatização das margens fluviais mais bem localizadas, limitando o uso por setores populares. Sobre o fenômeno das “terras caídas” (erosão das margens fluviais), apresentam-se levantamentos batimétricos e análise de perfis transversais do leito que explicam a constante perda de terras do sítio urbano ao longo da margem do rio Amazonas. Com isso, constata-se que o problema tem intensificado a disputa de agentes dominantes pela posse de lotes aptos para uso portuário. Conclui-se apresentando uma proposta metodológica para estudos de cidades com dinâmicas ribeirinhas e fluviais, considerando sistemas territoriais compostos por redes de sujeitos locais relacionados aos aspectos geomorfológicos.