Descrição
Ultimamente, a crítica pós-colonial permitiu não apenas abrir uma via “mundial” às literaturas francófonas, mas também permitiu a análise de textos de mulheres no âmbito da teoria pós-colonial e da teoria feminista. Este trabalho visa a uma abordagem da escrita de algumas romancistas originárias do Magrebe, a partir da perspectiva da teoria feminista pós-colonial e do conceito de “sujeito nômade” enunciado pela filósofa feminista Rosi Braidotti (1994). Após algumas reflexões sobre a escrita de mulheres e o discurso sobre a identidade resultante dela, analisarei mais particularmente a escrita de Malika Mokeddem como representante de um percurso; percurso fictício ou real, a escrita simboliza por um lado, a revolta, a fuga, mas ela adquire igualmente um aspecto vital, um território de exílio e de errância, metáfora desse nomadismo existencial sinalizado por Braidotti (1994). No interior do corpus dos textos de mulheres, situarei a escrita de Malika Mokkedem como um referencial de uma nova escrita de mulher: entre magrebinidade e feminilidade nós vemos a desconstrução de estereótipos de gênero e uma reinterpretação do sujeito mulher.