Descrição
O presente artigo contextualiza brevemente a multiplicidade interpretativa do tempo pós-moderno. Aponta, num segundo momento, para as discussões em torno de uma possível crise da racionalidade no âmbito da ciência. Sugere o diálogo entre diferentes culturas como uma alternativa interessante para contornar a crise mencionada e considera a Educação como o campo que pode atuar na linha de frente dessa mudança de postura. Mapeia a noção de multiculturalismo sob o ponto de vista dos Estudos Culturais buscando demonstrar suas derivações enquanto movimento de inclusão cultural. Por meio de uma revisão bibliográfica, busca tecer uma postura multicultural que contribua com o diálogo intercultural, denominada no texto como multiculturalismo comunicativo. Respalda-se em autores como Nadja Hermann (2005), Charles Taylor (1993), Jürgen Habermas (1996, 2004, 2006), Wolfgang Welsch (2007) e Hans-Georg Gadamer (1999). Dentre os conceitos que contribuem na forja do argumento estão a noção de horizonte interpretativo de Gadamer, a proposição de uma fusão desses horizontes empreendida por Taylor e a busca por uma racionalidade comunicativa tão exaustivamente trabalhada por Habermas. Por fim, sugere que essa noção de multiculturalismo pode transcender a simples condição de vertente política e filosófica de inclusão, ascendendo ao patamar de possível parâmetro inicial para uma racionalidade comunicativa multicultural que contribua com a legitimação e valoração das diferentes culturas, servindo, além disso, como racionalidade alternativa no que tange ao conhecimento.
