Descrição
Este estudo procura examinar se e em que medida a crítica dos fenomenólogos ontologistas à redução transcendental husserliana apresentada em Ideias I poderia ser sustentada, levando-se em conta as formulações posteriores de Edmund Husserl, desenvolvidas, particularmente, em seus últimos escritos. Analisaremos essa crítica da perspectiva de Edith Stein, considerada uma das discípulas que menos se distanciou do caminho traçado pelo mestre. Propõe-se, para tanto, o confronto de duas noções bem específicas: de um lado, a noção husserliana de mundo da vida e, de outro, a noção steiniana de quid pleno que, segundo a nossa interpretação, pode ser entendida como essência vivida. Pretende-se, com isso, indicar uma perspectiva conciliatória entre o desdobramento do projeto de Husserl alcançado em suas obras maduras e o projeto de Stein de uma ontologia fenomenológica.