Descrição
Nos últimos anos, o povo indígena Kanindé tem atuado na apropriação de um processo museológico, protagonizando a construção de um museu, um espaço de memória e centro de documentação em seu território onde este espaço tem assumido um importante papel na luta e resistências do povo ao se constituírem em um potente espaço de reivindicação de uma educação diferenciada, de valorização dos processos tradicionais de transmissão de conhecimento, de afirmação étnica, de construção de autorrepresentação e contra narrativas, de produção, difusão cultural e de luta pela demarcação do território, produzindo um processo de autonomia. Atualmente o envolvimento do povo Kanindé nesse projeto de construção de um espaço específico que represente a sua cultura, tem sido em torno de uma consciência sobre a importância de se preservar seus ritos, saberes, fazeres e ecossistemas presentes em seu território. O presente trabalho pretende demonstrar as experiências que se entrelaçam diretamente aos processos museológicos próprios dos Kanindé em Aratuba no Ceará em busca do direito a uma memória indígena preservada.