Descrição
O objetivo deste artigo é qualificar o protagonismo que a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) vem assumindo sob o governo Bolsonaro desde abril de 2019, quando foi criada a página da FPE no Facebook. Além do manifesto da FPE, foram analisadas 209 publicações, entre 01 de abril e 31 de outubro de 2019. O estudo vale-se de categorias analíticas de Gramsci como Estado ampliado, hegemonia, aparelhos privados de hegemonia, intelectuais orgânicos, partido e revolução passiva para interpretar as relações entre evangélicos e esse governo de extrema direita. Os resultados evidenciam a articulação de entidades particulares, de cunho religioso ou não, com a FPE. Eles são discutidos e compreendidos em termos de uma luta pela hegemonia na sociedade brasileira por parte dessas igrejas evangélicas representadas pela FPE que tem como projeto de país uma forma de revolução passiva que assume contornos específicos no Brasil do século XXI.