Descrição
Entre os anos 1872 e 1875 o mundo político brasileiro foi sacudido com a chamada Questão Religiosa, colocando frente a frente a Igreja e o Estado brasileiro. O papa Pio IX havia publicado a encíclica Quanta Cura, cujo anexo Syllabus entre outras coisas condenava a maçonaria, proibindo que católicos participassem desta instituição. No Brasil, devido à existência do Padroado e do Beneplácito, estas determinações papais não tiveram a sanção governamental para serem colocadas em prática, até por que o presidente do conselho de ministros, Visconde de Rio Branco, era o grão-mestre da maçonaria. No entanto, dois bispos, de Olinda e de Belém, resolveram aplicar o que determinava a encíclica, entrando em choque com o governo imperial, sendo processados, condenados e presos. A opinião pública mais bem informada se dividiu: uma parte apoiando a decisão dos bispos, outra defendendo a ação governamental. No parlamento imperial não foi diferente. Este artigo mostra que debates acalorados ocuparam o espaço em diversas sessões, tanto na câmara dos deputados, como no senado, desde 1873 até 1875, quando os bispos foram anistiados.